NINO BELLIENY
Ser feliz. Desde que seja agora e não depois, como muitos dizem: "Um dia serei feliz!"
Esta frase repetida por tantos que nem se tocam do perigo de dizer as coisas sem pensar, aceitando-as como um padrão, torna-os prisioneiros de uma ilusão futura e de-algo-que- talvez-venha-a-ser, acomoda quem deveria atentar para o Agora e não transferir para um amanhã que poderá ou não chegar.
A felicidade passa por um exercício de conscientização das coisas boas que nos acontecem minuto após minuto. Por não prestarmos atenção exigindo de nós mesmos e dos outros sempre o fantástico e o extraordinário, reclamando do tédio e da rotina, culpando a si mesmo ou alguém pelo que acontece e desacontece, nos fechamos para o realmente fantástico da vida que é simplesmente viver.
Cada ato diário revestido em milhares de pormenores que formam a rotina, não se repete, ainda que se pareça um com o outro. Nele há um raro sabor quase sempre oculto pela pressa e pela obrigação da manutenção e conquista de valores materiais.
Isso acaba gerando confusões como se a felicidade viesse com a casa nova, com o carro mais potente e luxuoso, o celular mais moderno, a viagem de férias e outras pretensões dependentes do dinheiro. Com a felicidade não é assim. Não é um bem comprável, não vem como brinde e não depende de outra pessoa por mais maravilhosa que esta seja.
As conquistas profissionais podem ir ao infinito, porém, não necessariamente trarão no contra-cheque o beneficio-felicidade. A ausência destas realizações também não garante ao indivíduo o fato de ser feliz só por não tê-las , colocando-o no paraíso das despreocupações por não precisar pagar impostos, blindar o carro, fugir da violência, não despertar inveja, passar despercebido sendo mais um na multidão.
Ele terá os problemas inerentes à sua condição... sofrerá por não ter o que acha que precisa, por querer dar aos filhos o melhor e por outras faltas. A felicidade não pode depender dessas necessidades. Ela é espiritual. Ela é a ausência de dores e sofrimentos, muitos imaginários e opressivos.
Ela não é o que os comerciais bem produzidos por publicitários inteligentes nos mostra. Você já é feliz e talvez não saiba, esperando por um milagre e não percebendo ser o próprio milagre.
Ainda há tempo. Que tal começar agora ?
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