10 de out. de 2011

CARO AMIGO

NINO BELLIENY

Eu não sei por onde começar, mas é o meu dever de amigo cumprir esta tarefa a qual a nossa turma me designou comunicar-lhe. 
Sei que você vai ficar em dúvida, vai partir para briga, pois conhecemos o seu caráter e o seu comportamento impetuoso. Mas é preciso que o amigo acredite em mim e na boa intenção desta carta, afinal, a quanto tempo nos conhecemos?
O suficiente para você saber da minha dignidade e discrição. Portanto, antes que o caso cresça e tome proporções indevidas, resolvemos, após um a reunião fechada, onde somente aqueles que convivem conosco e gostam de você participaram, abrir o jogo, botar as cartas na mesa.
Não podemos deixar que um companheiro valoroso como você passe por uma situação tão constrangedora sem o mínimo conhecimento. No começo, nem eu acreditei. Quando a informação chegou ao resto do grupo, foi um espanto total, afinal, quem poderia desconfiar? Ou imaginar tamanha maledicência?
Só que o tempo foi passando, e o que pensávamos ser apenas uma simples fofoca, confirmou-se uma triste realidade. As gozações tomaram conta do que era incredulidade e você passou a ser alvo de chacotas, pondo em risco o equilíbrio da sua família.
Realmente não sei como lhe dizer, mas precisei tomar coragem e por alta consideração ao amigo que sempre foi prestativo e querido de todos nós, para escrever esta carta onde, repito, por acordo firmado entre seus fiéis camaradas, colegas de trabalho e lazer, fui o escolhido para avisar-lhe que sua querida e bondosa esposa, está lhe traindo.
Ps: Caso interesse, temos uma fita de vídeo.
Atenciosamente, seu amigo

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