NINO BELLIENY
Há uma grande curiosidade sobre o outro. Quem é o outro, suas preferências sexuais, televisivas, culinárias, se gosta do amarelo, do vermelho, se come feijão com arroz, sardinha, picanha, caviar ou só arrota sabores que não digeriu.
Há uma grande curiosidade sobre o outro. Quem é o outro, suas preferências sexuais, televisivas, culinárias, se gosta do amarelo, do vermelho, se come feijão com arroz, sardinha, picanha, caviar ou só arrota sabores que não digeriu.
Todo o mundo quer saber a marca do whisky que o outro bebe, quanto ganha, quanto gasta,se roubou para ficar tão rico de repente, qual o preço que pagou para chegar aonde chegou e qual o preço que cobra para se vender.
Indivíduos são julgados e condenados moralmente e à revelia, sem sequer saber que estão sendo linchados por uma “opinião pública”. A roupa que usa, o carro que dirige, o restaurante que frequenta, se sai demais nas colunas, se troca muito de mulher, se troca muito de marido, se trata bem a família, se gosta ou não de crianças,se esbanja, se é mão fechada, se sorri demais, se fecha a cara, se é esnobe ou simpático, se é gente boa para uns, pode ser péssimo para outros, se...se...se...
Este julgamento é diário, coletivo, individual, e o veredicto é imediato. Reputações são abaladas, por vezes destruídas, demorando bastante para que o “julgado e condenado” consiga mostrar com suas atitudes corriqueiras que foi apenas vítima e não réu. Por trás, orquestrações bem feitas, muitas vezes com apoio midiático, revelam agentes poderosos com o único intuito de destruir algo ou alguém. Em tempo de campanha política,então,tal tribunal inquisitorial age 24 horas por dia.
Mas, estamos todos sujeitos. Principalmente os que vencem por conta própria; os que se garantem; os que lideram; os que se bastam. São os que mais atraem atenção e a sanha dos invejosos, dos fracos, capazes de só tentar desmoronar as obras alheias, sempre em bandos e alcateias. Felizmente, para eles, existe a lei do esquecimento e da auto-derrota. E a mais forte de todas: a lei de Deus. Ou seriam abutres de difícil eliminação...
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