26 de nov. de 2011

TEMPO DE OLHAR PARA O TEMPO

NINO BELLIENY

A vida tem um único propósito: Seguir em frente. Tentamos controlar o futuro, mal percebemos o presente, mergulhamos em demasiado no passado e seus remorsos, daquilo que poderia ter sido feito e não foi, ter sido falado e não foi. 

Queremos ter domínio sobre sentimentos, pessoas e até sobre as coisas. Mas, é no aparente descontrole que a vida desliza. Não se pode prever o que vai acontecer daqui a pouco ao dobrarmos a esquina. Podemos controlar nossas palavras e atos, evitando causar mágoas nos outros, refletidas depois em nós. 

Podemos evitar certos problemas obedecendo a lei, a ordem , a ética e o respeito. Mas, mesmo conscientes dos riscos em volta, tropeçamos invariavelmente, pois a condição humana é feita de erros e acertos.

Querer no entanto, ser absolutamente certo, negar ter errado ou mortificar-se por que errou, nos leva à uma constante tensão. Como evitar estes paradoxos?

Simplesmente tendo em mente, de que tudo passa. O que ontem nos afligiu tanto, hoje é só uma lembrança amarga. O que nos adoçou a boca antes é só uma boa lembrança agora e ambas as formas de recordar podem ser desagradáveis. 

Lembrar o bem que se viveu e não se vive mais, ou o ruim que se sentiu, serve apenas como u m espinho entrando no pé quanto mais se caminha. Isto não significa que devemos nos tornar insensíveis e práticos, descartando as emoções. 

Apenas devemos dar a cada sentimento o tempo exato que a natureza dá para que seja vivido. O que foi, não tem retorno, mas, o que se vive no agora deve ser aproveitado integralmente como a única garantia de eterno. 

O momento, o instante, o agora. E dura apenas o espaço entre uma respiração e outra. Para que não se tenha remorsos depois. E possível seja dizer que viveu-se o que deveria ter sido vivido da melhor maneira possível.

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