19 de nov. de 2011

CONSERTE O SEU CORAÇÃO EM PARIS

NINO BELLIENY

Chamou os conhecidos, fez aquela rodinha íntima, cerca de 10 casais e foi em tom solene, já enfiando o anel no dedo da namorada, comunicando o noivado. A moça, estupefata, nem reagiu. 

Ficou de olhos esbugalhados, sem poder dizer não, sem poder respirar direito sequer. 
O agora noivo, havia preparado tudo, sem avisar aos pais, sem deixar vazar nada daquela "Operação Aliança".

E o mais interessante, os convites para o casamento também já estavam encomendados, mas, isto, ela só viria a saber mais tarde. Naquele noite, diante de tão interessada platéia, numa festa na casa de outros, só lhe restou relaxar e rir muito da situação, o que deixou o noivo satisfeito, pensando que era pura felicidade dela.

Os amigos brindaram, a família ficou meio encabulada, mas, como ele havia conquistado a todos, era boa pessoa, gentil sempre, solícito, o tipo perfeito de genro, passou. 

O que ela não encarou como divertido e fez, tempos depois, entornar o leite de vez, foi a descoberta dos convites, da data marcada, do "tudo resolvido" por conta dele... sentiu-se uma peça de jogo, um mero objeto e mandou tudo pela janela do invisível trem da vida...

Ganhou o apoio da família, viajou uma longa semana para Paris, voltou mais leve, mais bela e pronta pra esquecer. O que não foi muito difícil, já que amar, nunca amou mesmo aquela figura tão calculista e interesseira...

Ele bem que tentou, chorando, procurando-a, se esforçando em parecer perdidamente apaixonado. Mas, ela agora, deixara seu coração longe, muito longe, às margens do Sena... a única coisa que a interessava era aperfeiçoar seu francês e voltar o mais rápido possível. Ele que ficasse com o Paraíba e o Muriaé....

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