14 de mar. de 2012

MORDOC

Nino Bellieny
Sou de Morro do Coco a quem chamo de Mordoc
Sou poeira da roça, do canto da serra
Perto da mata e da lua de alumínio
Onde a planície se transforma em montanha
E a casa onde nasci ainda resiste ao vento do futuro.
Meu domínio é sem cerca, minha grande área de brinquedo.
Lá estão os meus velhos amigos e janelas de tramela
Nas pedras do cemitério descansam antigos medos.
Sou de Mordoc, e o sangue pater-mater de Cardoso Moreira
À gasolina misturei e no asfalto do horizonte fui gastar borracha.

Sou dali, da água de coco, da pinga e do violão do Eduardinho.
Coqueiro e Coquerinho, Niketo e tantos outros do alto me velam.
Nilo Peçanha, Teotônio Ferreira de Araújo e Tião.
Velas à imaginação busco em cada cidade e estrada
Nada mais do que uma réplica de um original inexistente.

Nenhum comentário: