28 de set. de 2012

CONTOMÍNIMO III

Nino Bellieny
Depois de um longo dia de trabalho, Creuzilyanny chegou à casa, nem tomou um banho e com a alma cheirando a um ônibus e duas vans, esquentou a comida, sentou-se em frente ao televisor de 50 polegadas e 300 prestações. 
Enquanto garfava com vontade, assistia pela primeira vez ao horário eleitoral. De repente, a pele anulou-se, os olhos começaram a dançar, uma sensação de peso, um estufamento do abdômen, quilos de enjôo e litros de náuseas.
Veio um grande mal estar, a sensação de que iria desmaiar, o suor frio, as extremidades geladas e o bafo da hora certa no cangote. Caiu do sofá e o marido Josiney nem viu.
Na U.T. I., o médico intensivista disse que só por milagre ela escapa. Josiney quebrou o televisor e agora, só o que faz é esperar chorando pelos cantos mais os filhos.

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