23 de abr. de 2012

PARA-RAIOS

Nino Bellieny

Para o caso de eu ir sem avisar
Igual a quase todos os viajantes
Para o acaso do meu ocaso
A minha taba desestabelecer-se
O meu Sol nublar-se e nem a chuva aparecer.
Para e pensa no poeta desconhecido de um país imenso
Amigo do Tempo sem volta e da memória guerreira
Combatente de prazeres e dores parceiras íntimas
Para os raios da roda de bicicleta no barro da infância
Nas tardes de açude e solidão.
Talvez eu volte, não volte, retorne ou permaneça
Sem revolta nem mesquinharia
Partindo e repartindo o mundo na ponta dos dedos
Mãe que me pariu.

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